HISTÓRIA
Entre os anos de 2001 a 2005 a artista, curadora e gestora Andreia Duarte teve a oportunidade de morar com o povo Kamayura, no Parque Indígena do Xingu – uma das maiores reservas indígenas do Brasil localizada no estado do Mato Grosso, Amazônia Legal. Momento em que realizou diferentes projetos socioeducacionais junto à comunidade, como a Escola Mawaiaka, o livro Moroneta Kamayura – Histórias Kamayura, o projeto Awawojamena Ko – Roça dos Jovens, também a gestão e organização da Associação Indígena Mawustinin.
A vivência ampliou profundamente noções sobre corpo, arte, história, política, ética, alteridade, produção de conhecimento e formas de existir. Como também a necessidade de ativismo diante da tensão social e invisibilidade histórica impostos à realidade dos povos originários na relação com a sociedade não indígena.
Ao longo de sua carreira, Andreia mantém ações com o povo Kamayura, ampliando a experiência pessoal e profissional em parcerias com líderes, ativistas e criadores indígenas do Brasil e mundo. Em 20 anos de realizações, vem fortalecendo a inter-relação entre arte, política, ecologia e epistemologia dos povos originários. É Doutora pela Universidade de São Paulo e fundadora da Outra Margem, com publicação de livros, artigos, criação de mostra artística, espetáculos, seminários, intervenções públicas, direção e curadoria em diferentes projetos artísticos.
Junto a uma equipe de artistas, pensadoras e gestoras, a Outra Margem mantém seus objetivos a partir de um programa artístico, formativo e de publicações. Também na elaboração de estratégias sócio administrativas que se dão a partir de parcerias profissionais, empresariais, institucionais, governamentais, no âmbito nacional e internacional.
OBJETIVOS
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Concepção, circulação e incentivo a projetos artísticos que buscam a experiência e a transformação humana;
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Programas artísticos que potencializam a criação estética política em diferentes linguagens;
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Ações que pensam metodologias diversificadas, valorizando o processo e o trabalho coletivo;
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Realizações que questionam toda violência colonial e estrutural, seja racial, de gênero, de classe, buscando dignidade e justiça social;
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Ativações pedagógicas, formativas e reflexivas que potencializam a imaginação e as discussões artísticas;
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Estimular o aprendizado, a escuta e a troca com o conhecimento dos povos originários e a compreensão de que somos diversos, somos natureza e habitamos um mesmo território que é o planeta Terra.