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PINTURA Da OBRA "constelações"
DE DENILSON BANIWA
nas fachadas do conservatório de tatuí

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Daqui pra frente, todo mundo que for ao Conservatório de Tatuí poderá ser recebido e encantado pela obra "Constelações", de Denilson Baniwa, pintada nas fachadas do edifício.

 

A realização foi feita pela Outra Margem, a convite do Conservatório de Tatuí; bem como pela parceria com o artista Dinas Miguel e equipe, responsáveis pela execução da pintura. 

SOBRE O CONSERVATÓRIO
O Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos” de Tatuí – ou apenas Conservatório de Tatuí, como é conhecido internacionalmente – representa uma das mais sérias e bem sucedidas ações no setor cultural no Estado de São Paulo. Com mais de 60 anos de formação e difusão cultural, uma das mais respeitadas escolas de música da América Latina cumpre a missão de formar instrumentistas, cantores, atores e luthiers de prestígio internacional. Seus mais de 50 cursos regulares distintos, todos gratuitos, têm duração média de sete anos e seus alunos sempre se destacam em concursos nacionais e internacionais.
A instituição está localizada a 130km da Capital paulista, recebe estudantes de todo o Brasil e também de vários países do exterior. Muitos estrangeiros buscam o Conservatório de Tautí para aperfeiçoamento em música brasileira.

 

SOBRE A OBRA (TEXTO DE DENILSON BANIWA)

"Constelações" alude aos ensinamentos dos Anciãos, que nos dizem que haviam seres extraordinários no Cosmos. Em constante transformação, viviam juntos neste planeta e podiam mudar sua forma de acordo com o que queriam. Um beija-flor pode se transformar em uma arara, depois em um sapo, depois em um peixe, ou talvez em uma rocha ou uma árvore. Esses seres foram responsáveis pelo equilíbrio e reprodução da vida na Terra.

Nosso ecossistema engloba uma multiplicidade desses Seres. Eles agora são invisíveis; no entanto, eles ainda tornam possível a manutenção da vida na Amazônia. Eles ajudam na polinização, no cuidado com o meio ambiente e no compartilhamento de experiências. Somente xamãs podem ver esses seres. No entanto, mesmo sem vê-los, pessoas normais como nós podem se beneficiar de seu trabalho.

A ciência ocidental tem sido importante para que o ecossistema permaneça protegido. Os seres invisíveis da floresta também se beneficiam, pois precisam da floresta para viver. Durante esses contatos com outros mundos, artistas e naturalistas viajantes estiveram nas Américas, documentando grande parte de sua biodiversidade, estudando insetos, plantas e registrando detalhes de cada um desses seres vivos através da arte. Um desses artistas, talvez a única mulher entre muitos artistas masculinos, foi a importante naturalista e ilustradora científica Maria Sibylla Merian, de Frankfurt. As obras de Merian retratam a metamorfose dos animais, seguindo vários estágios da vida de insetos, aracnídeos e outros em uma relação direta com plantas, rochas e solo. Seu trabalho é muito importante para pensarmos sobre as relações de troca e mudança que tornam possível a continuidade da vida. Ao contrário da maioria dos artistas de seu tempo, ela estava preocupada em documentar a vida em transformação, nos estágios de mudança dos seres.

Em contraste com Maria Sibylla Merian, o meu trabalho pretende dar um vislumbre de uma relação diferente com a vida, compreendendo o visível e o invisível. Na cosmologia Baniwa, os seres que se transformam e mudam de forma são importantes para a continuidade da vida na Terra. Ao mesmo tempo, podemos pensar nisso em relação à ciência e às culturas indígenas, a colonização das Américas e como a vida das populações indígenas têm resistido ao longo da história. O contraste entre esses seres Baniwa e os seres palpáveis de Merian nos faz pensar sobre a diversidade de conhecimento que ignoramos ou ainda não conhecemos. Trazer a cosmologia Baniwa para o mural,  é para que esses seres possam aparecer e cumprir seu propósito de polinizar memórias e transformar florestas, significa compartilhar um pouco de mundos indígenas e sua cosmologia.

SOBRE OS ARTISTAS

Denilson Baniwa nasceu em Mariuá, Rio Negro, Amazonas. É artista visual e comunicador que realiza seus processos artísticos a partir do Movimento Indígena Amazônico e pelo trânsito no universo não-indígena. Baniwa, em sua trajetória contemporânea, consolida-se como referência, rompendo paradigmas e abrindo caminhos ao protagonismo dos indígenas no território nacional.

Dinas Miguel é idealizador e organizador do projeto social “Cultura e Conceito” e ganhador do Prêmio Sabotage de Hip-Hop na categoria melhor grafiteiro de 2018. Realiza workshops de graffiti coletivo, pinturas ao vivo em eventos, atua como arte-educador em diversos projetos e é militante da causa indígena, já tendo realizado diversos trabalhos com povos originários.

FICHA TÉCNICA

REALIZAÇÃO

Outra Margem e Conservatório de Tatuí
 

DIREÇÃO

Andreia Duarte
Antonio Salvador

 

AUTORIA

Denilson Baniwa


PINTURA

Dinas Miguel
 

ASSISTENTES DA PINTURA

Kaio Magalhães

Thiago Coqueiro
Ciel

PRODUÇÃO

Michelle Barreto

CONTEÚDO

Luna Rosa Recaldes

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Arami Argüello 

CONSERVATÓRIO DE TATUÍ - UNIDADE 2

Rua São Bento, 808 - Centro, Tatuí - SP, 18270-820

NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2022

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